hoje venho fazer uma reflexão sobre a sociedade do consumo em que vivemos. Onde é mais importante ter do que ser, onde o marketing reina e utiliza de todos os modos para nos captar, e o pior, eles nos captam, tão fácil quanto tirar doce de criança. Pior do que enganar o seu bichinho de estimação... somos seduzidos pelas vitrines, propagandas e revistas.
Não adianta tentar fugir. Não há escapatória. Ah, mas agora não tem outdoor em São Paulo. Lindinha, não tem outdoor mas tem todas as outras formas de se conectar com nós consumidoras. E nessa tentativa interminável de sempre instigar o consumo em nós mortais, somos sugados pela quela intrigante sensação de que "não temos nada".
É a típica síndrome do celular ou do computador. Parece que assim que você saiu da loja, já está desatualizada pois um modelo novo foi lançado naquele exato instante. Outro dia me deparei com uma situação muito curiosa. Comprei um laptop a 2 anos e ele estava com um problema no carregador da bateria. Cheguei na assistência técnica e o funcionário virou para mim e falou, "é esse computador é muito velho, bem ultrapassado, você precisa de um novo".
Eu, indignada com o que ele disse, não me aguentei e falei "pode ser velho para você, mas para mim ele funciona melhor que um 0km". No fim ele consertou o meu computador "velho".
Fiquei pensando com meus botões, imagina se ele visse o notebook que tenho em casa a uns seis anos? Ele iria falar que era pré-histórico e que tinha que ir para o museu, mal sabe ele que panela velha é que faz comida boa e outras coisas. Mas me segurei e não falei nada.
Essa história é muito boa para pensarmos onde estamos vivendo. As pessoas tem dificuldades de analisar o que precisam e o que necessitam. São palavras diferentes:
Necessitar: é não conseguir viver sem
Precisar: querer muito uma coisa, mas pode viver sem ela
Quando o funcionário da loja disse que eu "precisava de um computador novo", ele estava certo, pois para ele aquele era velho. Já para mim eu poderia viver sem o computador novo, pois o meu velho estava satisfatório.
Outro exemplo: Necessito de comida.
Preciso de uma viagem ao exterior de 30 dias de férias.
Muitas pessoas ainda confundem necessitar e precisar com o verbo DESEJAR. Você pode não precisar nem necessitar, mas deseja, quer, alguma coisa. Parece-me que uma boa maneira de superar as tentações naturais é assumirmos compromissos com nós mesmo. Devemos sempre estabelecer metas, escrever regras e reavaliar o desempenho periodicamente. Esse exercício requer muita disciplina, mas trará boas recompensas.
Não ache que isso só acontece com a xuxuca que tem uma quantia pequena de dinheiro. Nã nã ni nã não. Conheço pessoas que ganham muito dinheiro, mas não conseguem poupar. Conheço outras que ganham pouco, mas são bons poupadores. Qual a diferença deles? A capacidade de não cair nas tentações do consumismo.
A minha intenção não é receitar uma dieta e cortar seus maiores prazeres. A essa altura, gostaria de chamar-lhe atenção para fatos que passam despercebidos em nossa rotina. Talvez mudança de pequenos hábitos possa gerar importantes contribuições em sua poupança. Talvez tal mudança signifique uma aposentadoria alguns anos mais cedo. Pense nisso... cada um tem um estilo de vida e ddeve saber escolher onde gastar seu suado dinheiro.
Por isso próxima vez que vocês forem conjugar esses verbos, olha bem os seus armários, garagens, e eletrodomésticos para não estar cometendo um grande erro de português.
Espero que tenham gostado.
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