terça-feira, 16 de agosto de 2011

Frente a Frente com Monique Pinto

Xuxucas,


            
            a entrevista dessa terça é com uma amiga muito querida, a Monique! Inteligente, loiríssima e leonina, ela sabe tudo de gestão de fortunas e vai dividir um pouco conosco. 






            Nome: Monique Pinto
            Idade: (Quase) 22 anos
            Formação: Administração de Empresas pela FGV
            O que faz?: Trabalha na área de Private Banking/ Wealth Management do Banco Safra          


             O que é e o que faz o Wealth Management de um Banco? Em que difere da área de Private Banking?

             MP: Vamos começar pela área de Private Banking para então chegar no conceito de Wealth. 
                       O Private é a área responsável pela gestão do patrimônio dos clientes mais privilegiados do banco; por isso envolve tanto o lado comercial, de relacionamento e identificação do perfil do cliente, quanto conceitos técnicos, pois é necessário conhecer todos os produtos oferecidos pelo banco e pelo mercado como um todo, assim como o cenário econômico, para saber o que e em que momento oferecer a cada cliente, especificamente. 
                      Acontece que alguns clientes Private, pelo volume investido e perfil de carteira, possuem seu patrimônio administrado sob a forma de fundo exclusivo, e então aparece a área de Wealth Management (e Asset Allocation), responsável pela gestão desses fundos exclusivos. 

 
               Monique, me explica melhor o que são os fundos exclusivos? 
               MP: São estruturas similares aos fundos tradicionais, personalizadas quanto ao perfil de risco, objetivo de retorno e meta de sucesso de cada cliente. De modo geral, conferem transparência ao investidor (que tem suas cotas divulgadas e marcadas a mercado), custos diferenciados, alguns benefícios fiscais e uma gestão direcionada, entre outros aspectos. 

              Qual investimento você indicaria para uma pessoa com um montante de R$100.000 para um perfil conservador, moderado e agressivo em relação ao risco? 
              MP: A resposta para esta questão não depende apenas do apetite por risco do investidor, mas também do momento de mercado.
                         Quando, por exemplo, tenho uma recomendação para cautela, ela é válida para todos os clientes, o que faz com que o mais agressivo dos investidores se torne extremamente conservador neste momento. 
                        Agora, considerando um cenário de maior estabilidade, as minhas recomendações para esse montante seriam as seguintes: para um perfil conservador é possível obter excelentes taxas em produtos de tesouraria, principalmente debêntures que possuem taxas melhores por não entrarem nos compulsórios e ainda mais se não houver necessidade de liquidez, há letras de crédito agrícola ou imobiliarios, que possuem o benefício fiscal ou até mesmo cotas de fundos de renda fixa.
                       Já no moderado seria interessante investir em algum fundo multimercado de volatilidade adequada, com um bom histórico e conhecendo sua gestão ou até mesmo em notas estruturadas em diversos ativos, como o ouro e o petróleo, ainda que com capital principal protegido. 
                      Já em relação ao investidor agressivo, recomendaria o investir na própria bolsa, seja de forma direcional, pares ou até mesmo com estratégias de opções, sempre acompanhado de conceitos fundamentais e técnicos de análise.

                      Você acha que o consumo interno e o mercado financeiro brasileiro aguentam as crises externas e a crise política que aparenta chegar devido as sucessivas demissões da Dona Dilma? 
                      MP: Vivi, eu acredito que essa questão do impacto das crises externas no país é demasiado complexo para ser explicado apenas pelo consumo interno e mercado financeiro, assim como a consequente crise política pelas sucessivas demissões.  
                                Apesar de o consumo ter aumentado muito rapidamente nos últimos tempos, o mercado consumidor brasileiro ainda não é sólido o suficiente para aguentar tais abalos sendo totalmente norteado pela concessão de crédito, pelos dados de emprego e pela situação da indústria como um todo; toda essa euforia do consumo interno é reflexo do período Lula de muito incentivo e deve sofrer mudanças com o desenrolar da crise externa. 
                                Por outro lado, o mercado financeiro brasileiro também não pode sustentar o país em momento de crise, pois rapidamente ele perde sua atratividade quando a questão cambial se mostra desfavorável e quando ocorre uma fuga de recursos especulativos da bolsa para ativos de qualidade, movimento que já esta sendo observado. Já a crise política no Brasil, acredito ser uma questão muito mais estrutural e antiga chamada em parte corrupção e as ações da Dona Dilma são apenas uma manifestação anti-risco de imagem do paíss neste momento de alta instabilidade.

              Como você lida com a agitada vida do mercado financeiro sem esquecer da pessoa Monique??
              MP: A verdade é que a gente acaba esquecendo um pouco da pessoa mesmo; no início foi bastante complicado conciliar trabalho, estudos, vida pessoal e social. Hoje, apesar de tudo, tento manter uma disciplina de praticar esportes diariamente (mesmo que as vezes sofrendo), faço trabalho voluntário, procuro ao menos uma vez na semana descontrair com amigos, isso sem esquecer da minha religião e da minha família. Aprendi que para oferecer qualidade é fundamental o equilibrio do profissional com o pessoal.

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